Quantos "você e eu" cabem na nossa canção
O bem do teu mal é me fazer feliz
Rasgo as asas que tomei emprestada d'outra meretriz
E me atrevo a acessar o pátio do teu palácio
Inácio como quem não sabe roubar
Escrevo livros que afoguei em outro mar
Recebo o espírito que me faz voar
E descarrilho as letras lentas que, de tempos em tempos, escrevem ao vento
Ele me acorda pela noite e sofra por detrás do meu ouvido
Incomoda o meu pavilhão e interrompe a minha santidade
Faz mal nessa idade se virar para o outro lado
Escrevo, escorrendo, como poucos, o meu sangue suado
Soarei alto, para que os surdos possam me ver
Te agradecerei por todos os dias da minha vida
Serei teu e tu serás rainha
Não tão minha, pois há beleza!
À nobreza, que de tempos em tempo convém,
Deixo o meu estranho modo de cheirar
E das papilas gustativas que não há
Encontro você e um outro "nós dois"
São tempos, são ventos
São páginas que voam desaceleradamente
Recebem e corrompem o tempo
Mentem com quem mente
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