Ando percebendo o corpo
Caindo pouco, Caicó, caí só
As mães que abraçam seus filhos também vestem preto
Posso falar sozinho, ou só comigo
Sou filho da mãe, sou filho da puta
A estrada dos amados sós é só ligeira
Passageira da emoção, razão do caminhar
A gravidez dos sem-poemas é tragédia
Comi insetos em silêncio
Parti os versos no último jantar, juntar
Enchi o saco cheio, esvaziei o vento
Apontei, com a ponta dos pés, a ponta do lápis
A liberdade da consciência é apócrifa
Hipócrita, aporética-atemporal
Os pés descalços não se acham debaixo do cobertor
A confusão das cores se junta aos gestos dos cafajestes
Nos digestos ingeridos, geri a gestação do indigente
intransigente
Sob as luzes apagadas, quietas, cantei
Sou péssimo, mas o meu ritmo é meu: sou rei!
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