segunda-feira, 13 de maio de 2013

Abram alas que eu quero gozar


Qual é a forma das letras e dos versos avessos?
Aos porcos, os parcos poemas que se partem
E fazem da vida uma arte, por mero devanear
Para cima de moá?

Por quanto tempo ocupam cadeiras
E escarram mentiras alheias?
Abelhas grunhem, caiadas, a sequidão tardia
Eu bem que sabia: não podia confiar!

Reconto os recantos, não mais que um
Avanço um sinal qualquer e vejo graça na desgraça
Da platéia, palitarei a incompetência do rei
Será que demência é lei?

Enquanto os palcos rodam com palhaços e poetas
Profetas da estupidez humana exaltam amores tardios
(Ainda bem que só morro de fome de frio e meus versos)
Amores indecentes e inversos, in vitro

Que se enfartem com toda essa gordura esdrúxula
Bruxos com buchos vazados (algo não me cheirava bem...)
Não morro de raiva, paisagem de praia, por mero oscilar
Abram alas nas (con)salas da vida que eu quero gozar

Um comentário:

  1. Muito bom, Bruno. Irreverência, ironia, neologismo, todos os produtos necessários para que a palavra seja saudada com poesia.
    UM abraço!

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