Eu engoli um balão!
Enchi um balão de vácuo
Toquei no cavaco uma canção
de amor
E ela se engraçou: que
delícia, que beleza
Sobremesa, sobremesa e
sobremesa!
E quando nada mais nos
bastou: sobremesa!
Como quem enjoa do doce
maldito: sobremesa!
E as cartas sobre a mesa, ao
final, combinam ou contrastam com aperto de mão
Amigos! Apenas bons amigos e
nada mais
Sobremesa se foi para longe
de mim
Sobremesa não quer mais os
meus beijos
Alô! Alô! Alô! O que está
acontecendo com o mundo?
Quanto mais fácil, mais
simples, mais seguro!
Sobremesa é melhor que
almoçar!
Sobremesa é melhor que
almoço, que janta!
Sobremesa é melhor que
café... sobremesa de madrugada!
Só! Só sobremesa e nada mais
Mas a gente precisa de algo
para comer
A gente precisa de carne, de
algo que dê sustância
De algo que subsista além de
sobremesa
Sobremesa dé cárie,
sobremesa dá diabetes
De tanta sobremesa estou
diabético
Desfaleço: estou triste...
tenho náuseas
Choro, corro... e o
sofrimento vai tirando cada parte do meu corpo
Como se um corvo bicasse os
meus pensamentos a cada centímetro de segundo
Não vou medir meus milhares
de quilômetros de dor
Nem vou calçar as sandálias
da doceria
Prefiro andar descalço
Prefiro o asfalto molhado,
prefiro o seco da chuva
Prefiro eu mesmo, comigo
sozinho
Perfeição? Não! Sobremesa!
Sobremesa! Sobremesa!
Sobremesa!
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