quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Um trago de soluço


Que os ais dos casais não soem mais que a minha paz
É de se espantar o retalho do espantalho: tudo em nome do amor
A mossa na bossa da moça na roça:
Dor!

Digno de preencher um só verso
E de passar desfilando pelo desfiladeiro da vida
Até que tudo passe, até nunca mais, de novo

Vou ver para ver no que dá
Machuca a mente sã, caçoa do rapaz caçula
Capaz de passar! Passa, passa ligeiro (primeiro as damas)
E depois, no final, as rosas do canteiro

Ouvi dizer que tentaram aguar o seu jardim
Com conversa aguada, pouco ou quase nada
Lembre-se: quando for assim, peça um pouco mais de mim
Acho graça da minha desgraça: sempre foi assim

No fundo de mim mesmo (isso mesmo, de novo, e daí?)
Nem todo dia é sol, nem toda tarde é nossa
E eu bem sei onde tudo isso vai acabar
Vento, eu peço: leva ela para bem longe daqui!

Mas vem o maldito pensamento
Trazendo o sorriso
Ou um trago de tristeza, seguido de soluço
Aviso aos navegantes: amanhã, mais uma vez, acordarei tarde!

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