segunda-feira, 16 de abril de 2012

Aos poetas, alcoólatras e chocólatras


Hoje... faz um segundo que pensei na eternidade do teu beijo
Na correnteza da vontade do desejo de te amar
Que opera as palavras que involuntariamente saem da minha boca
E atravessam a avenida da solidão sem olhar para trás

Hoje... usei três pontos... dessa vez sem murmurar...
Revi as fitas e flores no teu cabelo, em um retrato preto e branco
Tomei toda a água do universo em um só gole
E prometi não desbotar

E se destoar da minha fixação bandida nos teus olhos
Vou percorrer contigo, no pensamento, aquela estrada estreita
Verde, pássaros e todo aquele bucolismo-blá-blá-blá
Que traduzem o alcoolismo crônico dos poetas
Do outro lado de cá

Esse teu charme de menina-mulher
Séria... seria para me conquistar
Ou abalar a juventude que se esvai com as noites
Enquanto em tento não te esquecer

Cabelos soltos e sorriso fácil
E eu teimando em separar essas duas margens
Para cuspir o meu dragão dentro da tua boca, dentro da tua cólera
Para esculpir a minha memória dentro de ti
Por toda eternidade da minha vida ou enquanto ela durar!

É verdade que toda enfermidade tem hora para acabar?
É verdade que o batom da tua boca destoa de leve
E me insere nas asas, nas curvas, nas turvas lembranças?
De preto ou de praia, vermelho ou saia
Navalha sem deslizar, trabalha a tocaia
Que eu caio, meus pés, meus pais, meu par...

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