Hoje... faz um segundo que pensei
na eternidade do teu beijo
Na correnteza da vontade do desejo
de te amar
Que opera as palavras que
involuntariamente saem da minha boca
E atravessam a avenida da solidão
sem olhar para trás
Hoje... usei três pontos... dessa
vez sem murmurar...
Revi as fitas e flores no teu
cabelo, em um retrato preto e branco
Tomei toda a água do universo em
um só gole
E prometi não desbotar
E se destoar da minha fixação
bandida nos teus olhos
Vou percorrer contigo, no
pensamento, aquela estrada estreita
Verde, pássaros e todo aquele
bucolismo-blá-blá-blá
Que traduzem o alcoolismo crônico
dos poetas
Do outro lado de cá
Esse teu charme de menina-mulher
Séria... seria para me conquistar
Ou abalar a juventude que se
esvai com as noites
Enquanto em tento não te esquecer
Cabelos soltos e sorriso fácil
E eu teimando em separar essas
duas margens
Para cuspir o meu dragão dentro da
tua boca, dentro da tua cólera
Para esculpir a minha memória dentro
de ti
Por toda eternidade da minha vida ou enquanto ela durar!
Por toda eternidade da minha vida ou enquanto ela durar!
É verdade que toda enfermidade
tem hora para acabar?
É verdade que o batom da tua boca
destoa de leve
E me insere nas asas, nas curvas,
nas turvas lembranças?
De preto ou de praia, vermelho ou
saia
Navalha sem deslizar, trabalha a
tocaia
Que eu caio, meus pés, meus pais,
meu par...
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