quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Rei Memoriam


Enquanto o dia acorda e me abraça
Eu faço graça na cama e pirraça no teu coração
O tempo voa e coroa este ingrato dramalhão
Solitude, não: solidão!

Cadê você que não veio mais?
Talvez esquecida, talvez esquecendo
(Talvez sim, talvez não, talvez tanto faz!)

Quando te amei, fui escritor
Quando você se foi, as ideias voaram juntas
No teu peito, no teu parto, no teu quarto, nas tuas mãos

Não posso te acusar de ladra,
Se tu levastes de volta o que me destes por emprestado
Contudo, devolve ao menos o meu riso
Que esses versos de improviso não vão maquiar meu coração

Como saber se a terra que retorce nesse sol,
Na sequidão dos beijos (muito ou pouco)
Encontrará a água no manancial da tua boca
Que se encaixa no quebra-cabeça da minha

Que se morde ao lembrar à tua,
Nua, pura, crua,
Espera de um rei que vencerá
Rei memoriam

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