quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Esconderijo do sol dado que ama


Eu já gozei no teu samba, eu já sambei no teu gozo
Eu já não sei de agosto, eu já nem sei meu palpite
Eu já achei tuas mãos tão cálidas, tão quentes
Enquanto isso, lá fora, tanta gente chora por tanta gente

Não esquente a água, nem me prometa uma massagem
Se me levas na bagagem nesta efêmera passagem
Me invade (eu sei!) o peito um sentimento de deleito pela metade
Alguma coisa me diz que sempre haverá algo mais tarde

Os meus dedos tortos, tolos, que te enxergavam tão bem no escuro
Têm o teu cheiro quente, amargo, salgado e doce
E lá se vão 15 anos
Pausa para o eterno

Metonímia sanguínea dos amantes que se escondem do sol
Te dou (eu sei!) um cachecol para não olhar pra trás
Sem  virar o tronco cansado, moldado nas mãos do Artesão
Lavado com água e sabão (aroma sem par!)

Pega a lamparina e queima a cera pelo corpo
O que você escolhe para você
Onde eu me encaixo na tua família
Onde há riso sem ter rima?
Onde há som sem melodia?
Onde estou eu sem você?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O que você achou deste artigo?