terça-feira, 11 de outubro de 2011

A.G. / D.G.


            Quando eu penso em você, minha alma muda de cor, de direção! Perco a noção das horas, choro, sem demora, perco, também, o chão. Minha maior inspiração (sem você não seria poeta) é certa que és seta, e que não quero, nunca mais, ver minha alma translúcida, transmorta, transgélida.
Você me chama pelo pensamento, e eu estou sempre com você! Estou sempre EM você! E, quase sempre, os meus passos acham as tuas pernas na escuridão (lanternas do coração!). Passaria uma tarde inteira olhando os teus olhos (aqueles, verdes, tão cheios de verdade), um mês, um ano, e duas vidas inteiras (uma só não cabe mais em mim!).
Queria que alguém me ensinasse a escolher meus amores, minhas dúvidas e minhas meias. Mas só você, só você, faz minha alma mudar de cor. Só você briga com Aristóteles e faz o meu coração bater sem direção, sem qualquer tipo de controle, tipo descompasso compassado. Já não me surpreendo quando me pego pensando em você.
Se eu acordo pelas noites e as reticências me recaem, o que vou fazer? Me rendo (eu sei, não me fales das “ises”), e se penso, pensei em você. Eu poderia falar de todos os momentos que passamos juntos e de como tudo foi tão bom e único ao seu lado. Eu poderia dizer que queria estar ao teu lado o tempo todo, para te proteger do frio, dos medos e te escoltar até o seu carro ou até a sua casa.
Eu poderia dizer que tenho a lupa que me faz te ver tão madura, tão menina, tão minha. Eu poderia dizer que, só de pensar em você, sinto o teu cheiro e, imediatamente, me vejo com os olhos fechados, sentindo tua pele, arrepiando o meu corpo. Ainda sim, tudo isso seria nada, talvez pouco, para estra criança apaixonada. O primeiro amor é fácil, difícil é voltar no tempo e sentir tudo isso com uma intensidade tão maior, como uma correnteza que te arrasta e você simplesmente desiste de resistir. 
Queria te dar a flor mais bonita, como presente, como pensamento bom. Queria te dar o meu coração! Mas confesso que, hoje, preciso mais dele do que nunca. É ele quem ativa o meu pensamento e me faz pensar em você. É ele quem atravessa os mares, extravasa o meu corpo e me leva até você. E descobrir que tenho isso dentro de mim, me faz bem o homem, o ser humano, mais feliz do mundo! Como é bom te amar!
Se nada pode ser tudo e tudo isso pode ser nada, peço a Deus que te proteja, que te guarde e que estejas sempre sã, salva, divina e com todas as delicadezas que vêm de série e são fora de série. Em toda a minha vida, você foi a primeira que conseguiu reunir, em um só ser só, um jeito meigo, doce, lindo, lento, leve, que me faz apaixonar a cada batida do coração de um beija-flor que me empresta as asas para voar.
Em movimento honesto, orquestrado (maestro divino), teus olhos baixam de um jeito tão singelo, que me atingem em cheio e retorcem cada osso do meu corpo. Não dá para disfarçar!
Mulher virtuosa, por vezes dengosa, que eu não sei deixar de gostar. Mudou meu calendário, Anno Domini não existe mais na minha agenda. Dies Domini não se sustenta. Hoje, tenho marcado, como brasa, tuas iniciais no meu coração: nunca mais seguirei sozinho! Nunca mais serei solidão!

Um comentário:

  1. Eu grito, eu jorro, eu rio, eu me mostro
    Tudo pra você me ver
    Porque, no meu espelho, eu era invisível.
    Meus dentes expostos no sorriso largo de mil flashes
    São pra esconder o que eu mesmo não quero ver.
    Eu me tranco e me rasgo por dentro e depois por fora
    Vem uma tempestade que escurece a vista e tudo é frio e jaz.
    Eu não te quero, só te necessito,
    Com fome de menino por peito e de leão por carne.
    Se te roubo outro beijo, é pra arder de novo o calor que me queima por dentro e me faz sentir vivo.
    Eu te faço rir pra ver no teu olhar o brilho que no meu não vejo mais
    Pra ter no teu olho um sorriso meu refletido
    Eu não te deixo ir, mas não consigo ficar
    E, desde que você chegou, o meu barco vem e vai. Cadê o cais?
    Você parte e o meu porto rui
    Rói, rói, dói
    E nunca sara a cicatriz - é coisa de pele...
    É química. Ago-niza, mela, atina e desatina.
    Quero a eternidade longe, mas insisto no átimo e te cerco hoje - ontem, como antes, eu fugi, mas foi de mim que me escondi.

    Se o relógio não corresse tanto, se o calendário nos mentisse,
    Se eu soubesse que cabia na tua casa,
    Eu ficaria e te prenderia. Não mais com esse jogo de te deixar ir pra depois voltar correndo,
    Mas com o beijo que eu sei que te subjuga e eleva,
    Com o sussurro que aquieta tua tanta impaciência mensal.
    E era só isto. E tudo se acalmava. Não fossem tantas as horas, meses, anos a nos afastar.

    Se eu me achar, eu te aviso, porque nós dois estamos à minha procura,
    Mas eu é que tenho que me encontrar.

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