segunda-feira, 11 de abril de 2011

Eu-travesseiro


Pobre das almas que cismam em jantar
Com portas trancadas que não vão calar
Não poupam repouso, nem mil sensações
Com nada no bolso, se tornam canções

Incrível, um dia que penso em te ver
Ficar de conchinha e adormecer
Primeira da fila que eu não vou esquecer
Acordo e, se penso, pensei em você

Corrente nas almas que querem juntar
A morte e o descaso, com quem vão falar?
Beijei o travesseiro, te dei meu bom dia
Levantei bem cedo da cama vadia

Ausência do beijo, da voz que é linda
Estudo a fome, canto a poesia
Patroa avisa: viagem adiou!
Coração, batida: é mesmo o amor!

Tentação bandida, de férias, lazer
A falta que fazes, não quero entender
Saudade não bate pra quem tem horário
Quem dera juntarmos os dois calendários?

De longe: “buá”! De perto: sem ar!
De dentro, você, pagando para ver!
Te chamo de “baby”, proponho uma fuga
Sem rotas e metas, minha boca na tua

Seqüestro as idéias e faço versinhas
Tão frágeis, singelas, tão cheias de inhas
E falo bobagens na fila do banco
Distrai tua ausência, protege do frio

Sorriso sofrido, tão lindo de ver
Me traz agonia, depois o prazer
É banho e cama
É banzo danado
É prévia da fama de ser tão amado!

Coisinha tão linda, estou ao teu lado!

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