sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Clássico x clássico

Talvez você nunca tenha parado para se dar conta sobre a diferença significativa que uma letra maiúscula, ou minúscula, possa ter na construção de uma palavra. Todavia, a banalização do termo em questão nos obriga a fazer uma distinção tão forçada, quanto urgente, na tentativa de salvar a essência da palavra.
Entendemos que o termo esteja banalizado! Ainda me intrigo quando uma ou outra pessoa se choca ao ouvir a palavra banalização. Se os filhos do “drive thru” (imediato), do “Iphone” (informatização) e do “depende do ponto de vista” (relativo) entendem dessa forma, que atribuam outro nome ao termo em questão.
A moda de ontem que é moda hoje! A partir daí, fica um pouco mais fácil de entender que não podemos entender a velocidade deste mundo, no qual o que aparece como clássico na alvorada, desaparece antes mesmo do sol dormir. Sendo assim, nada é clássico, certamente!
Sol e chuva é casamento de viúva, chuva e sol é casamento de espanhol. Tudo certo já, se o espanhol casar com a viúva. Se tudo é clássico, nada é clássico! Nessa ebulição de acontecimentos e suas seguidas considerações, não há distinção possível.
O mundo do aparente necessário, da imagem, não dá espaço para a reflexão. Nessa Fantástica Fábrica de Chocolate do senhor Willy Wonka a aprendizagem é fácil e não dificultosa. Aqui se come com os olhos, fazendo morrer o espírito investigativo, alimentado pela curiosidade que cada indivíduo traz em seu bojo.
Foi no liquidificador desse mundo-submundo (ou seria mundo-imundo? Enfim, tudo de somenos importância) que bateram o Clássico. Resultado: diminuição considerada (e, em se tratando de Clássico, a mínima diminuição já é considerável) de sua real importância.
Desta forma, fica a pergunta: Em que lugar se encontra o Clássico?  Não tenho pretensão de responder esta pergunta. Seriam algumas linhas tortuosas a mais. Todavia, deixo  a dica: verifiquemos como o termo se constrói ao longo do tempo, até ser destruído pela modernidade na qual estamos inseridos.
Para termos noção da amplitude do que estamos tratando, ressalte-se que a primeira referência – e maior – que se tem sobre o Clássico (agora sim, em maiúsculo) está na Grécia e em Roma, período o qual convencionamos chamar Antiguidade Clássica. Tal período agasalha muitos fatos e idéias, nem sempre ligados ao fenômeno que denomina. Ou seja, é inquestionável que se trata de uma antiguidade, todavia, dizer que essa antiguidade é totalmente clássica é plenamente discutível.
                Por uma questão didática, prefiro me ater neste ponto, na esperança que o parágrafo anterior possa suscitar a curiosidade do leitor em mergulhar em águas mais profundas, a fim de que sejam conhecidos novos elementos no fundo deste mar Clássico.
                Um grande abraço,
                BRUNO VIANNA LEAL

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