Os olhos choram fogo
Abrasam a casa das filhas
Redoma de pé no asfalto
Silêncio de cobra no cio
Naufrago promessas ao vinho
Deflagro gritos na sala
Disparo palavras sozinho
Sem nexo, sem sexo, sem ninho
Ainda cedo da manhã, ao meio-dia
Balanças na minha cabeça
A enxaqueca dos ricos
Cubro-me em mentiras, deságuo em rios
Com um olho só, de pirata
Penso estar perto da solução
Soluço comedido
Para não chamar a atenção da poeira que se instala na sala
de estar
Falei por falar
Calei por ser tardio
Dancei a valsa dos valentes
Cantei repente de “aperrios”... aperreios... arrepios
Esquivo o estivador que se insinua em mim mesmo
Finjo ser santo, poeta, careta
E assim sendo, ganho teu corpo novamente!
Ensaio mentiras, nenhuma tão nova
A lua, envergonhada, se enverga e vem ver
Não há nada errado
Só(u) eu e você
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