sábado, 6 de abril de 2013

Descontentamentos lentos


Escreve sozinha, sem pena
Só tinta, caneta
A alegoria da cama sozinha
Que sobra em si mesma

Que falta, aos poucos
Os loucos desejos
Que se esvaem e se envaidecem
Como se pudessem chegar e sair a qualquer momento

Lamentos, só o que resta
Fazendo de toda porta apenas uma fresta
Como se fosse a última saída, o último tiro
A última vida

Das paredes de madeira, bato três vezes
Ao falar o nome daquela que se foi
E que permeia o pensamento

Descontentamentos lentos
Já nem conto mais...

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