domingo, 17 de fevereiro de 2013

A quem mentirei desta vez?


Quantos ventos serão necessários para folhear esta página?
Enquanto isso, finja que o nosso amor nunca existiu
Esqueça, querendo, o meu nome
Siga quantas estações de tristezas-alegres forem necessárias

Passe com o trem da amargura por quantas estações te prouver
Quanto àquela planta bonita de jardim, aquele cheiro agradável
Eis que escondia uma raiz de ciúme em terra bandida
Cresceu vagante e mordeu nos seus lábios um ócio ofegante

De um ósculo inesperado, travestido de felicidade
Nas desventuras da vida, esquecemos que amar é amar sem medo
Seguirei como quiser, e assim seremos estranhos de nós mesmos
Que assim seja, se assim Deus quiser

E, a cada dia, tenho notícias de que uma outra mulher renasce em ti
Faço-me desavisado, desejo, egoisticamente, tua solidão de outrora
Esqueço que as flores também precisam sorrir
E, contemplando meu arrependimento, começo a esquecer de mim

Sinto, novamente, um cheiro suave invadir a casa
Respiro inebriado o outono do meu coração
Esqueço as raízes e relembro alguns versos
Deixo que o ciúme, novamente, incense minhas narinas

Amor-perfumado, nova performance
A quem mentirei desta vez?

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