sábado, 7 de janeiro de 2012

Camila

Camila, insegurança da minha mente sã
Eu sou passista e você cortesã
Das horas vagas que eu nunca te quis

Camila, que tira a tinta dos olhos no choro
Eu bem queria ser o teu consolo
O teu colinho ou teu aprendiz

Me diz como é que você foi ficar assim
Antes que a melodia chegue ao fim
Antes que eu cante o meu e o teu refrão

Camila, és tão madura...
Severa e dura, com cerviz fechada
E eu não entendo nada
Que dessa vida, alguém marcou
Bateu na porta errada, como inseticida

Vem, me ilumina
Cartaz na mesa
E para sobremesa quem me desatina
O desafio, de um palatino
Que parla à meia idade, como seu menino
Cabelos brancos... na tua voz tão rouca
Sempre tão suada, não se vê mais nada
Além da festa do meu coração

Deita no colo e pega já no sono
Como um cão sem dono
Ou como quem quisesse sonhar

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