quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Boca da paixão

A boca da paixão não tem hora para beijar
Tem pressa, tem medo, desejos sem par
Explode numa fração de segundos
Eterna e instantânea, incerta, infâmia

A boca da paixão é sacra e sacana
No “sim” e na cama, saída e chegada
Encaixa na química, acende a pegada
Por vezes, molhada, e outras que molha num simples tocar

É boca maldita, é boca abusada
Lambuza qual tinta, com nada de nada a se comparar
Despede e recebe a pessoa amada
Desperta o choro ao ser relembrada

 Dá benção aos filhos ao ser convidada
Comove e convive com a pessoa errada
Abriga um monstro que desperta ao nada
E se esfrega nos lábios de quem faz piada

Convida os olhos a serem fechados
Desperta instintos tão trancafiados
Desmonta mil reinos e leva ao céu
E guia os versos que saem do papel

Corrompe e castiga a pessoa errada
Quem sabe, um dia, quem sabe do nada
O meu pensamento venha a te tragar
Quem sabe, um dia, volto a te beijar?

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