Sirva-se do soluço solúvel como consolo
Sirva-se agora, sem demorada
Como quem devora a lentilha de Esaú
Judas pensa: serei eu, Senhor? (Pedro pergunta)
E um cristo responde: Serás tu!
E um judas balança à corda! Que judiação: não acorda, nem concorda!
Não há corda!
Na carência da cadência
Não cabem as mãos tuas
Tão de longe, tão saudosas, tão obtusas
E me usas para que eu possa te usar:
Sexta-feira da paixão não vai rolar!
E um Cristo de madeira
Que trabalha em Mangabeira
Pega o ônibus lotado
E não há mais barato!
Masculina dos meus medos: feminina!
A menina que não bronca e quer dançar
Vou só avisar: o sol vai raiar!
Ofereço a confissão como holocausto
Cáustica que castiga e fadiga minha paz
Depois disso, não há mais!
Remetentes das cartas perdidas
Dos porteiros que não moram nas guaritas
E da cera que teimo em tirar
Das mordidas na nunca sadia
E do hálito que emana a vida
Do aspecto que quer me roubar
Lavar roupa todos os dias no jequitibá?
Ne me quitte “pá”! E morreu a solidão!
Não esquece os nossos momentos
Toma o frio como alento
E segue até outro país
Viva o que sempre quis!
Esquecer é preciso
Viver não é preciso
Mas aviso aos navegantes
Nunca mais navegaremos por mares tão ofegantes!
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