segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Na tua língua ou na minha?

Dizer em que língua, na tua ou na minha,
Aquilo que nem é preciso explicar?
Dois adolescentes, dueto de amados
Compondo sem pejo de desafinar.

Quem, tempos atrás, não te ouvia ou sentia,
Quem, tempos atrás, não me via ou escutava,
Agora tem verso, tem sonho e poesia
Agora se entende até sem palavra

Sem métrica, lógica, regra, tabela
O fogo que toda paixão deve arder
Límpida, clássica, tórrida, lúdica,
Música e ritmo ainda a aprender

E espreme, e torce, e aperta, e sai
O verso engasgado que teimo em engolir
O corpo se cobre, se encolhe de frio,
A alma protesta que quer se despir

Já não há disfarce, o olhar denuncia
A grata surpresa, o elo tenaz
A necessidade, desejo, vontade
Do longe que (é) chama e perto se faz

Não fuja, não corra, não doe, não adule
Se fica ou se vai, o que peço, não sei
Menino bonito, não dei permissão,
Tirou o meu chão - mas eu flutuei.

Autor(a), momentaneamente, desconhecido(a)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O que você achou deste artigo?