terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

À Madalena

O mais sábio dos loucos não saberá dizer ao Certo
Se foi obra do calor de verão no baile dos semblantes
Ou do inverno da cidade vazia! De noite, eu... ela é de dia!
Cessa! Acreditavas que a última esperança era sempre divina
E eu dizia baixinho: são coisas da vida!

E fostes ao Fantástico (essa não!)
Soltou-se no ar: virou canção!
E o doce brado que embalou toda desgraça, fez-se voz na multidão
É bela, a beleza do dissonante refrão!

Entretanto, condignamente, me oponho, entendendo teus motivos
Noves fora a honra, obra defendida, és naturalmente linda!
Na verdade, tão formosa! E o povo te vê, muito embora não enxergue!
De ternura e passinhos... agitada ou de mansinho

De ti levo o tempo cego e a palavra de afeto
Como queijo e goiabada estragada!
Dos quase dois dízimos de vida
Algo me diz que valeu, ainda que mintas ao vento: ele não valia nada!
Ao menos, consegues o alento?

Dos segredos que já sei, levo eu-comigo
Quanto aos outros, cegos andarilhos sem versos
Teimam em me fazer cúmplice das velhas-novidades que já sei!
Em um resumo bem sincero: obrigado e amém!

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