quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Toda Feminina

     Abaixo, vista aérea da Igreja de Saquarema. De um lado o mar, do outro a lagoa. A noite, com a Igreja toda iluminada, temos uma das mais belas paisagens que o globo ocular pode alcançar. Lembro-me dos festivais de tapetes feitos com areia colorida por toda extensão da ruazinha até o primeiro degrau de acesso à Igreja.
     Certa vez (e acredito que em alguns períodos do ano tal prática seja adotada) lembro-me de ter presenciado um evento maravilhoso: A barreira de areia que impedia o contato do mar com a lagoa fora retirada e o mar encontrou com a lagoa. Enquanto uns brindavam a vista, outros brindavam a vida ao banhar-se na lagoa. Some-se a tudo isso, a alegria dos pescadores que, devido a quantidade absurda de peixes no ponto de confluência, pegavam seus peixes com as próprias mãos, sem qualquer tipo de instrumento.
     Esse ponto estrategicamente colocado por Deus na Terra me traz boas recordações de infância!!!


Quando eu era pequenininho
Não me esqueço dessa cena
De um lado o mar tão lindo
E do outro a lagoinha
Que ele tentava beijar
Ano em ano era assim
Esse eclipse solar
Bem na frente do padre
Que abençoava essa união
Enquanto crentes de mentira critivacam
Eu dizia: Amém irmão!!!


Toda Feminina


Quando você viajou
E disse simplesmente que não voltaria mais... meu bem!!!
E logo depois veio o amigo que diz ''passar bem''
Eu quis lutar, ensandecer

Revi, as cartas na mesa, com letras borradas
Mentiam bem mais
Deitei... fechei os olhos e pensei não mais viver
Ao acordar... sem o café... pra variar... te obedeci

A porta aberta a me esperar
E a certeza que logo mais não ficarei para o jantar
E o tempo vai nos cruzar de novo
E eu serei mulher refeita, pode acreditar

Quero ver você me olhar, daquela mesa
E depois da sobremesa, dessa troca de olhar
Você vai ver, bem lá de longe, que eu já estou melhor sem você
E vou dizer aqui bem baixinho

Você já me conhece o suficiente para saber que já não me conhece mais
Eu vinha até ''mulher tão frágil'', desnudada e ferida
Mas no carro, quando o som toca, eu já me esqueci de te lembrar
E às vezes, tão-tão-eu, canto sem o som tocar

Faço questão de rir de mim mesmo
Sem mais, nem por quê
Lá em Saquarema a lagoa encontra o mar
Que carrega toda água, faz mexer aquele coração

E lá em cima, coitadinha
A igreja iluminada
Já não pode fazer nada
A não ser silenciar
 
Já nem lembro quantos homens fizeram melhor que você
E das vezes que nem conto, mas dá para sobreviver
E a última estrofe, lê depois que a ira passar
Uma semana, um mês, a vida toda, para se considerar

Se, por acaso, conseguir me procurar
Estarei sempre aqui, a casa aberta para ajudar
Troca de olhares, você já sabe!
Quero ver o que você vai dizer
Quero ver se você consegue ver esta mulher tão feliz

BRUNO VIANNA LEAL

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