Marcou a minha pele
Feito cicatriz
E, ai sim! Deixo-me seguir viagem
Partiu deste hotel na calada da noite
De carro ou de trem. O que é que tem?
Deixou aquele papel de dois lados
Que escrevemos anos atrás e não funcionou!
Levando apenas o som das músicas alegres
Nada mais!
As abundas de sombra também ficarão: não vou ligar!
As boas lembranças, o nosso amor e a escuridão que fomos
De que valeu?
O ouro que era ouro de tanto bater... se derreteu!
E as reticências do tipo “tudo vai se consertar” não existe mais!
E as tantas vezes que já me viu chorar
Já acabaram!
E não se preocupe: esse cansaço do lado do peito não vai reclamar
Acerte as contas com o futuro pastor
E de passagem com “EU”
E mande de volta o plano de amor
Que nunca aconteceu
Saindo descalço é melhor ainda: não faço barulho
E no caranguejo mais umazinha, sem mais saudades
E na hora da conta deixar o troco, rasgar a foto
E pensar na vida: todo ponto de partida é ponto de chegada
Obrigando a madrugada a dormir no sofá
BRUNO VIANNA LEAL
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