sábado, 6 de abril de 2013

Buarque Burguês


Um pobre é um coração perdido
Pela madrugada chata, errada da minha cabeça
Mentir o que eu sonhei com isso
Se tanto feitiço pôde nos afastar

Dançamos pela madrugada
Tua perna errada quis descompassar
E o beijo da minha boca santa
Fez cair às tantas o nosso gargalhar

Tirando o salto tão certo
Fez ficar menor que minha ilusão
Pensei que eu fosse mais esperto
Mas formosa dama se atirou ao chão!

Confesso que fiquei incerto, incauto, peito aberto
Há cantarolar!
À vida e às vicissitudes
E à falta de coragem para me atirar

Voltei, repensei as portas, já estavas louca
À descabelar
Comi o feijão amassado, esqueci o passado
Para te animar

E o cálice de vinho tinto fez calar os versos
Não vou mais cantar
Gemendo feito gente morta
Como a faca corta o meu bem amar!

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