Um pobre é um coração
perdido
Pela madrugada chata, errada
da minha cabeça
Mentir o que eu sonhei com
isso
Se tanto feitiço pôde nos
afastar
Dançamos pela madrugada
Tua perna errada quis
descompassar
E o beijo da minha boca
santa
Fez cair às tantas o nosso
gargalhar
Tirando o salto tão certo
Fez ficar menor que minha
ilusão
Pensei que eu fosse mais esperto
Mas formosa dama se atirou
ao chão!
Confesso que fiquei incerto,
incauto, peito aberto
Há cantarolar!
À vida e às vicissitudes
E à falta de coragem para me
atirar
Voltei, repensei as portas,
já estavas louca
À descabelar
Comi o feijão amassado,
esqueci o passado
Para te animar
E o cálice de vinho tinto
fez calar os versos
Não vou mais cantar
Gemendo feito gente morta
Como a faca corta o meu bem
amar!
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