Bruno Leal
Blog de Poesias, artigos, contos e crônicas. Autor: Bruno Leal
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
Resposta
Amantes não são amadores: antes, contudo, devotam-se sacramente a(o) que(m) amam! Amantes são exímios profissionais das mais diversas manifestações do amor! Amam por amar e fazer: fazem por amar o amor! Eis a representação mais próxima da essência do sentimento maior: é o que importa! Todo o resto é volátil! Piegas? Talvez! Piada? Jamais!
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
Foucault, rapport e paixão!
Eu e
a minha mania de estudar e aprender através de uma produção de texto, ou mera
contribuição/partilhar. Vamos lá!
Faz
alguns anos que fui apresentado formalmente à técnica do rapport, no
desenvolvimento de atividades investigativas relacionadas aos mecanismos de
controle legítimo da violência, dos indivíduos chancelados como detentores da
monopólio da coação estatal. Pois bem...
Ao procurar e pesquisar um pouco sobre o tema, pude
perceber, em linhas gerais, que o rapport remete a um conceito do ramo da
psicologia: uma ferramenta para criar uma ligação de empatia (outros dirão “sintonia”)
entre o indivíduo detentor da técnica e a outra pessoa (entendo por demasiada dificultosa
a pecha/alcunha “alvo” ou “interrogado”).
A palavra rapport, como é cediço, é oriunda do termo
francês “rapporter” a qual significa “trazer de volta”. Com tanta tecnologia disponível no mercado,
acredito que o termo mais aproximado – e que possa fazer com que este que vos
escreve seja pedagogicamente entendido – seja SINCRONIZAÇÃO.
Acredito que estejamos, inevitavelmente, na era da
pós-informação. O bulhonismo da informação, entretanto, já não tem se
apresentado de forma tão eficaz: de que vale a informação, se não é possível
processá-la, organizá-la e, acima de tudo, SINCRONIZÁ-LA de acordo com o
interesses?
Passada essa divagação/consideração sobre os aspectos que
possam circunscrever a SINCRONIZAÇÃO, cabe consignar os três componentes
comportamentais que envolvem o rapport, a saber: atenção mútua, positividade
mútua e coordenação (confesso que tenho me impressionado bastante com esta
técnica, bem como os reforços positivos, ao mesmo tempo em que tenho procurado
me afastar destas nas minhas relações cotidianas – tomar gosto por isto pode
ser um jogo perigoso).
À ocasião da degustação da obra “As Palavras e as Coisas –
Uma Arqueologia Das Ciências Humanas” (Michel Foucault), ingenuamente, me
deparei, logo no capítulo II, intitulado “A Prosa do Mundo”, com considerações
do autor sobre SEMELHANÇA (item I: “As Quatro Similitudes”).
Neste diapasão, Foucault reconhece o papel da semelhança
na construção do saber da cultura ocidental, enquanto condutora da exegese e interpretação
de texto, através da organização de símbolos, os quais permitiram o
conhecimentos das coisas visíveis e invisíveis: é a representação pela repetição
(visum et repertum).
Dentro das figuras que prescrevem suas articulações ao
saber da semelhança, Foucault destaca quatro elementos essenciais, os quais
destacaremos a seguir. Neste sentido, a associação entre o rapport e este
recorte da obra de Foucault foi inevitável. Quando eu parei para pensar, já
havia escrito as primeiras linhas, aportando minhas singelas considerações.
Adiante, o primeiro elemento destacado por Foucault
enquanto essencial no processo de articulação que desembocará na semelhança é a
conveniência (ou, ainda, similitude). Trata-se do emparelhamento das “coisas”,
da aproximação, da boa formatação, do “tocar de bordas”. Nesse sentido, há de
salientar que os movimentos se emparelham, assim como ocorre com as influências
e com a paixão.
Quanto à paixão, cabe consolidar a sinergia entre o corpo
e a alma: a alma, inevitavelmente, recebe e assimila os movimentos do corpo.
Entretanto, inegavelmente, o corpo se altera e se corrompe pelas paixões da
alma! (G. Porta. La physionomie humaine. Trad. francesa, 1655, p. 1). Nessa
simbiose a qual chamamos mundo, os seres, os corpos, as almas, se ajustam,
adequadamente, uns aos outros! Estamos, pois, diante de uma aproximação
gradativa, que nos guiará em um processo de escolha, o qual reconheceremos por
amor!
Enquanto ser eternamente resfolegantemente apaixonado,
confesso que o elemento “paixão”, destacado na obra de Foucault, me encantou os
olhos a ponto de devanear e passear sobre as mais diversas ilações, até que eu
pudesse chegar neste inevitável encontro entre o eu-estudante (Foucault) e
eu-profissional da segurança pública (rapport).
Foucalt
ainda destacará outros elementos, tal qual a “emulação”, que corresponde à
filha de uma dobra, ou, apenas, um reflexo: “O semelhante envolve o semelhante,
que, por sua vez, o cerca e, talvez, será novamente envolvido por uma
duplicação que tem o poder de prosseguir ao infinito” (página 28).
Em terceiro lugar, Foucault
enumerará a analogia. Trata-se de um conceito exaustivamente familiar à ciência
grega e ao pensamento mediévico. Estamos, agora, diante de um processo de “ajustamento”,
sobre os elementos que rodeiam, ou sobre si mesma. É somente através dessa
reversibilidade e polivalência da analogia (caracteres fundamentais desta) que
às figuras do mundo se permitirá aproximar.
Por sim, Foucault destacará as
simpatias. Nesta, não há determinação, nem encadeamento previamente prescrito.
Ressalta-se, também, a possibilidade de transformação que as simpatias trazem
em seu bojo. A simpatia é capaz de tornar coisas idênticas, misturá-las e
fazê-las desaparecer em sua individualidade, cf. assevera o autor,
antagonizada, por quem não cabe lugar de destaque nesta oportunidade: a
antipatia.
Um grande abraço a todo(a)s!
Vibrações sempre positivas e boa semana!
Bruno
Leal
I SIMPÓSIO SOBRE SUICÍDIO E PSICOLOGIA
Saudações, caríssimo(a)s!
Estamos em pleno SETEMBRO AMARELO. Trata-se de uma campanha de prevenção ao suicídio. Para cada pessoa que comete suicídio, outras cinco pessoas são impactadas diretamente. Neste sentido, caso tenham interesse sobre a temática, estarei ministrando uma palestra sobre o tema na Faculdade Maurício de Nassau (João Pessoa), no dia 28, intitulada: "Memórias de um CSI: Eu e Durkheim na Cena do Crime - Uma Abordagem Jurídico-Psico-Pericial Sobre o Suicídio".
Serão dois ciclos de palestras: pela manhã e na parte da noite. O evento está sendo organizado pelo curso de Psicologia e teremos palestrantes tratando, também, sobre casos de suicídio entre crianças e adolescentes.
Cordialmente,
Bruno Leal
Bruno Leal
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